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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Bruno Senna lamenta comparações injustas com Ayrton e visa pontuar na F-1

O piloto brasileiro Bruno Senna, que estreia na Fórmula 1 em 2010 pela equipe Campos, comentou sobre as comparações feitas com o tio, o tricampeão mundial Ayrton, e disse que precisa estabelecer metas "razoáveis" na principal categoria do automobilismo mundial, como marcar seus primeiros pontos.

Bruno convive com intensas expectativas a seu respeito desde que entrou pela primeira vez num carro de corrida, e esse ônus só deve aumentar quando ele estrear na F-1, no ano que vem.

Mesmo que preferisse ser um anônimo, podendo se dar ao luxo de pilotar sem chamar a atenção da mídia, o brasileiro de 26 anos não se queixa de seguir os passos de seu tio mais famoso, o tricampeão Ayrton Senna.

- Sempre tive o peso da expectativa, da exigência e da pressão sobre mim. Desde a minha primeira corrida, sempre tive equipes de TV, pessoas dando suas opiniões sobre a minha pilotagem, quando eu não tinha experiência nenhuma, comparando-me com o tricampeão Ayrton quando eu estava no meu primeiro ano na Fórmula 3. Sempre foi assim. Não é necessariamente justo, mas o mundo é desse jeito.

O paulistano sabe que o assédio "se tornará muito mais forte na F-1, porque estou muito mais exposto às opiniões de todos".

- Tenho de acreditar em mim, tenho de estabelecer metas factíveis e razoáveis. Tive de aprender a fazer isso, e agora estou bastante confiante de que conseguirei.

Bruno tinha dez anos quando Ayrton morreu no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, em 1994 - foi o último piloto da categoria a morrer durante uma prova. O jovem Senna levou então uma década para ingressar nas pistas, e só o fez na companhia da irmã Bianca e do seu agente, e com apoio da mãe, a empresária Viviane Senna.

Ele começou na Fórmula BMW britânica e, em 2005, transferiu-se para a Fórmula 3. Em 2007, passou para a GP2, onde foi vice-campeão em 2008.

Teve alguns acidentes impressionantes na sua carreira, especialmente na Fórmula 3, quando capotou em Snetterton a cerca de 240 km/h, mas saiu ileso, para alívio da mãe.

No final de 2008, quase foi contratado pela Honda, que, no entanto, deixou a F-1. Em 2009, ele participou de categorias de turismo, até finalmente assegurar uma vaga em uma das novas equipes da categoria máxima.

- Este é o começo de um sonho se tornando realidade, e acho que vai ser muito duro. Preciso de muito esforço para que dê certo, mas vale a pena.

O brasileiro não receberá salário, mas tampouco pagará para correr. Se tudo sair conforme o planejado, trará patrocinadores para a equipe e para si.

- Se eu pudesse, adoraria vencer corridas, mas o primeiro objetivo que temos de ter é ir lá e ser a melhor das novas equipes em cada corrida. E também marcar pontos. REUTERS

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