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quarta-feira, 29 de abril de 2009

'Os charmosos dominarão o mundo'

A frase acima é de Oscar Wilde, famoso e polêmico escritor inglês. Será que ele está certo? Em um mundo ideal, ninguém seria julgado pela aparência. É impossível dizer o quanto alguém é culto, capaz, preguiçoso ou honesto só de olhar. Mas o nosso cérebro nem sempre é racional. E, dentre as características que ele usa na hora de julgar alguém, a aparência conta.


É o que mostra um estudo suíço publicado este ano na revista Science. Pesquisadores selecionaram pares de fotos de candidatos a eleições municipais francesas, e com esse material fizeram dois experimentos. No primeiro, mostraram essas fotos a adultos suíços que não conheciam os candidatos e nem sabiam quem havia vencido. Esses adultos deveriam apontar, em cada par de fotos, qual candidato parecia mais competente. Surpreendentemente, houve uma concordância de 70% entre os candidatos escolhidos pelos suíços e os que de fato ganharam as eleições.

O segundo experimento foi um jogo de computador, e envolvia adultos e crianças. No jogo, o participante iria navegar de Troia a Ítaca, na Grécia, e deveria escolher, em cada par de fotos (as mesmas do experimento anterior), um capitão para seu navio. Novamente houve concordância de 70% entre o capitão escolhido no joguinho e aquele que na vida real venceu a eleição na França. Essa concordância foi igual no grupo adulto e no infantil. Conclusão: os grupos estudados conseguiram, em grande parte, predizer o resultado das eleições francesas, baseando-se somente na aparência. Incrível, não?


Ao que tudo indica, nossas escolhas são influenciadas pelas aparências. Atribuímos capacidades e habilidades a uma pessoa só de olhar o seu rosto. Depois, analisando racionalmente outras variáveis, podemos mudar ou manter o julgamento inicial. Para quem não tem outras variáveis para analisar, o julgamento baseado na aparência alheia acaba sendo decisivo.

Talvez seja por isso que os candidatos coloquem Botox, façam plástica, implantem cabelo.

Cuidado: eles querem conquistar o lado mais primitivo do nosso cérebro. SCIENCE

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